quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MÁQUINAS

Máquinas de ver monocromáticas
espiam tácitas as festas frias do salão
Máquinas de escrever monótonas
maquinam poesias mortas,
sangue negro em tez branca
sem ninguém para declamar.
Máquinas de ouvir monocórdicas
ensurdecem insólitas canções de olvidar.
Máquinas de falar monossilábicas
derramam ácidas, slogans a consumar.
Máquinas de pensar monolíticas
espreitam paralíticas o futuro
que repetirá o que veio separar
as máquinas de viver enferrujadas.

À Jean Luc Godard por nos ter presenteado com o belo filme Pierrot le fou.

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