Máquinas de ver
monocromáticas
espiam tácitas as
festas frias do salão
Máquinas de escrever
monótonas
maquinam poesias
mortas,
sangue negro em tez
branca
sem ninguém para
declamar.
Máquinas de ouvir
monocórdicas
ensurdecem insólitas
canções de olvidar.
Máquinas de falar
monossilábicas
derramam ácidas,
slogans a consumar.
Máquinas de pensar
monolíticas
espreitam paralíticas
o futuro
que repetirá o que
veio separar
as máquinas de viver
enferrujadas.
À Jean Luc Godard por
nos ter presenteado com o belo filme Pierrot le fou.
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