terça-feira, 16 de outubro de 2012

Nabokoveta

E eu fiquei lá estirada na grama
Ao lado da bicicleta
Como alguma coisa estranha
Que doía nas entranhas de um homem,
Num paroxismo Nabokoveta.
Mas vou entrar antes que voce volte
Outra vez a me mutilar
Com seu par de olhos
Por sobre meus óculos de sol
De boneca
Traulitando uma canção
Da qual nunca esqueço a letra
Porque voce sempre entra,
Sobe as escadas, bate a porta
Abre a gaveta e me violenta...
Sai, escreve um livro
E se proclama poeta...
E eu fiquei lá, estirada na cama
Com algo doído nas minhas
Próprias entranhas...
Deve ser mais uma tolice
De outra criança

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