sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Menina

O tempo passava na voz da menina
Que de sentido em sentido se desfazia
Em relógio anti-horário.
Na risada da menina havia milhões
De projetos e eu que nem sei se
Vou ter netos a ouvia dizer que
Tudo vai dar certo.
Havia tantas vidas na voz da menina
Nem precisava reencarnacionistas
Para acreditar.
 Era só ela dizer:
"Era assim quando eu era pequena.
Havia teto de palha e luz de lanterna.
Eram muitos irmãos, todos briguentos..."
A inocente anacronia na voz da menina
Corria veloz rumo a outra vida:
De menina crescida.



Poema feito sob encomenda para Raiane Costa dos Santos, com afeto

Sony Ferseck

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